Foto: Renan Peixe/Divulgação
Por Sofia Assunção
Antes do primeiro homem pisar na lua, da primeira lâmpada acender, das primeiras palavras serem ditas, o ser humano cumpria seu papel como uma pequena parte da natureza, como qualquer outro animal, porém, com a modernidade, a humanidade parece ter ficado distante não só da natureza mas com o sentimento de igualdade perante ela. Seguindo com essa narrativa, o #TBT101 desta semana recorda o episódio do BR-101.5 no qual Olívia Mindêlo fala sobre seu primeiro livro: “Histórias saídas do mar”.
Olivia é jornalista cultural, apaixonada pela arte e escreveu um livro infantil capaz de emocionar jovens e adultos com suas temáticas emotivas e naturalistas. Na obra, compostas pelos contos “A Baleia e a Raposa”, “Atobaldo” e “Noninho e Magali”, os seres humanos viram coadjuvantes nas histórias que têm como cenário o mar e costas litorâneas. Neste episódio a jornalista-escritora comenta sobre o processo de inspiração do livro, desde de suas inspirações ao processo gráfico até chegar no resultado final. Confira alguns trechos do bate-papo:
Gabriele Alves: É gostoso também aproveitar essa trend que está tendo nas redes sociais ultimamente. Isso não é sobre histórias infantis, porque tem muita coisa aqui que reverbera na gente que é adulto. Tem situações de perda, de medo, e essa consciência emocional que se traz para quem está se desenvolvendo, e muitas vezes adultos que chegam nos seus 30, 40 anos sem consciência emocional. E como é importante ter isso num livro, né, Olivia?
Olívia Mindêlo: É, esse aí é um ponto para mim chave, assim como criação, porque eu tenho muitas histórias com as emoções.Eu acho que todo mundo tem, né? Nós somos mais uma máquina de sentir do que de pensar. A gente está muito condicionado pela lógica da modernidade mesmo, da racionalidade moderna, a priorizar a primazia da produtividade,da funcionalidade, da racionalidade, tudo isso. Mas eu acho que é justamente isso, né? A gente chega com cada vez mais desafios emocionais nesse mundo contemporâneo, e a gente não sabe lidar com isso.Eu parei para pensar muito nisso, né? A partir das coisas que eu vivi, e vivi também nesse processo de escrita, que foi o que me levou, né? Esses processos emocionais bem duros na minha vida, e de desejar que as crianças vivenciassem também isso. Não desejar a dor que eu senti, nem o meu sofrimento, não é sobre isso. Mas que elas tenham consciência desse instrumento que a gente tem que afinar.
Gabriele Alves: Sim!
Olívia Mindêlo: Essa coisa de manter a mente quieta, a espinha ereta, o coração.Tudo é uma questão de afinar o instrumento, né? E eu acho que as histórias são fundamentais para isso. Porque às vezes a gente vivencia a dor alheia, a gente sofre ali na história, mas não derruba a gente porque não é com a gente, mas a gente ali ativou algum lugar, né? Da nossa sensibilidade, e acho que as histórias amadurecem o nosso escopo emocional, né?
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Confira essa entrevista na íntegra através do nosso canal no Youtube. Toda quinta-feira publicamos a coluna #TBT101, onde o ouvinte relembra entrevistas importantes que a 101.5 trouxe na grade de programação.
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